as ideias florescem

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Workshop de escrita criativa - argumento televisivo


Catarina Dias e Ana Vasques, da SP Televisão, vieram hoje, 30 de maio, à nossa biblioteca, conversar com alunos de três turmas de ensino básico e ensino secundário, sobre a escrita para televisão, revelando aos alunos como se desenvolve todo o processo de criação e argumento para as telenovelas e séries televisivas tão ao gosto do público português. Obrigada às duas em nome de todos quantos assistiram à vossa palestra com tanta atenção e entusiasmo!

Teresa Lopes Vieira na BE da Cidadela

Teresa Lopes Vieira voltou à nossa Biblioteca Escolar, no dia 22 de maio, desta vez para cativar a atenção de mais duas turmas do ensino secundário que se renderam à sua simpatia a relatar o seu percurso de vida (apesar de ser ainda uma autora muito jovem!)e a falar sobre o seu gosto pela escrita e pela leitura.

 O livro em destaque voltou a ser Gato Persa Social Club, como tal deixamos aqui a sua sinopse:

 A vida de Francisco, um jovem emigrante português desesperado por dinheiro, é violentamente abalada quando este se envolve num casamento por conveniência, no submundo da imigração ilegal em Amesterdão. Mariam, uma egípcia pouco convencional que abandona o mundo islâmico em nome do sonho europeu, desaparece misteriosamente, deixando o caos instalado com a sua partida. É então que Francisco e a namorada, Eva, partem numa procura frenética entre Amesterdão e Cairo, em busca da única pessoa que poderá devolver-lhes a vida que tinham. Esta é a história de três personagens que vagueiam entre a demanda espiritual e a necessidade material, a busca de identidade cultural e a perda das origens, numa existência sem fronteiras em que tudo vale para atingir os próprios objetivos.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Formação INE


O Instituto Nacional de Estatística esteve presente na Biblioteca Escolar, hoje, dia 16 de maio, durante a tarde, numa sessão de formação para docentes das Escolas Secundárias de Cascais e da Cidadela. Tal como veiculado na página da referida instituição, "a informação é um produto fundamental na vida dos cidadãos, na atividade das empresas, no funcionamento dos Estados". Assim, a "informação estatística, em especial, é hoje uma forma de conhecimento necessária à assunção de uma cidadania plena, imprescindível na tomada das decisões que fazem surgir e progredir as empresas, essencial ao enquadramento das políticas com que se governam as nações". Enquanto retrato da sociedade, importa conhecer a informação estatística.

Parabéns! Prémio para alunos da Escola Sec. da Cidadela.

Escola Secundária da Cidadela ficou em 2.º lugar Alunos do secundário distinguidos na Assembleia da República Jovens propõem três alterações à lei da Procriação Medicamente Assistida Estudantes das Escolas Secundárias de Oeiras, Cascais e Baixa da Banheira receberam hoje, na Assembleia da República, os prémios do concurso «Procriação Medicamente Assistida em Debate». O desafio lançado a jovens do 12.º ano pelo Conselho Nacional para a Procriação Medicamente Assistida (CNPMA) e pela Ciência Viva, teve como objectivos promover o conhecimento sobre a Procriação Medicamente Assistida (PMA) dos pontos de vista científico, tecnológico, ético, social e legal; e estimular o debate sobre a PMA. “O nosso objectivo foi combater o preconceito porque na PMA há muitos preconceitos que impedem que se proporcione aos casais que não conseguem ter filhos a possibilidade de os terem”, sublinhou Eurico Reis, presidente do CNPMA. Segundo o responsável, “será melhor o nosso futuro” se os jovens “estiverem armados com espírito científico, análise crítica e não se deixarem levar pelo preconceito”. Entre Outubro de 2011 e Março de 2012, os jovens exploraram o tema da PMA realizando pesquisas, debates, jogos, entrevistas, com o apoio de especialistas do CNPMA e do jornalista José Vítor Malheiros. Das catorze escolas que participaram no concurso, que contou também com a coordenação científica do investigador Alexandre Quintanilha, saíram três vencedoras. Em primeiro lugar, com um prémio de 500 euros, ficaram os alunos da Escola Secundária Sebastião e Silva, Oeiras, com o projecto ‘The Art of Life’ que resultou na produção de dois jogos de mesa, uma Peça-Debate e um Quiz interactivo. Os alunos da Escola Secundária da Cidadela, Cascais, receberam o 2º Prémio no valor de 300 euros. Para responder ao desafio do projecto os jovens realizaram trabalhos no formato ‘PlayDecide’ por considerarem que poderiam ser posteriormente acedidos por outros elementos da comunidade escolar, outros alunos e até familiares e amigos dos autores. O ‘PlayDecide’ é um jogo de discussão com o objectivo de conversar de forma simples mas eficaz sobre assuntos controversos que os alunos puderam partilhar na plataforma europeia. Fonte: Ciência Hoje

quarta-feira, 9 de maio de 2012

O fascínio do Egito


Howard Carter


Howard Carter nasceu a 9 de março de 1874 em Kensington, Londres. Não teve uma educação formal e através de seu pai, Samuel Carter, um artista, foi-se entranhando na arte e aprendendo o seu futuro ofício como desenhista e pintor. Com muito talento e nenhuma ambição em se dedicar aos negócios da família, a pintura de retratos de famílias da região, Howard seguiu o seu destino ao ver uma oportunidade de ir ao Egito e trabalhar para a Egyptian Exploration Fund, responsável em fazer cópias dos desenhos e inscrições e documentos para os estudiosos. Em outubro de 1891, com a idade de 17 anos, Carter foi a Alexandria. O primeiro projeto que Carter participou foi em Bani Hassan. Diz-se que esse trabalho o deixou tão entusiasmado que chegava a ponto de trabalhar o dia inteiro e depois dormia com os morcegos numa tumba. 

Em 1899, com 25 anos, Carter recebeu o convite para o seu primeiro  trabalho como Inspetor chefe Geral de Monumentos do alto Egito. O convite foi feito pelo então diretor de antiguidades egípcias, Gaston Maspero. A responsabilidade de Carter incluía supervisionar e controlar a arqueologia ao longo da região mais importante do Egito, incluindo Tebas. A grande mudança na vida de Carter foi causada por um incidente entre os guardas egípcios e turistas franceses bêbados. Os arruaceiros tornaram-se agressivos e começaram a danificar artefactos preciosos. Carter tomou partido dos guardas e os franceses, sentindo-se ultrajados, já que os europeus eram sempre vistos como soberanos em qualquer situação que envolvesse o pobre povo egípcio, exigiram no dia seguinte dos altos escalões, incluindo o próprio cônsul egípcio, Lord Cromer, que chamassem Carter e o obrigassem a se desculpar pelo seu comportamento.  Com a veemente recusa de Carter, Petrie teve, a contragosto, que dispensá-lo, para que o incidente não tomasse a dimensão de um incidente diplomático. De 1905 a 1907, Carter sobreviveu como guia de excursões, vendeu as suas aguarelas aos turistas e negociou com antiguidades. Em 1908, Carter, com indicação do seu amigo fiel, Maspero, conseguiu trabalho. O arqueólogo tornou-se supervisor das escavações patrocinadas por um milionário apaixonado pelo Egito, George Herbert, o 5.º Lord Carnarvon. Lord Carnarvon era um desportista e colecionador de objetos de arte. Frequentador de todos os campos de corrida e um exímio atirador. Era senhor de enorme fortuna e dono do terceiro carro licenciado na Inglaterra. Chegou ao Egito um ano antes, em 1906, para se recuperar de um acidente automobilístico que o deixou com problemas respiratórios: foi sugerido pelos médicos que buscasse uma região de clima seco e o Egito era muito frequentado pelos ingleses nessa época. Um amigo emprestou a Lord Carnarvon uma concessão para escavar a área. Carnarvon precisava de um especialista e foi apresentado a Carter, que logo mostrou suas ideias a Lord Carnarvon.
  
O arqueólogo tinha muitas aspirações 

Uma delas era encontrar a tumba de um rei do qual só se sabia por causa de umas poucas peças encontradas com seu nome gravado: o então desconhecido Tutankamon! Carter começou a pesquisar a possibilidade de que a tumba do Faraó Tutankamon estivesse escondida no Vale dos Reis. O vale dos Reis nessa época era uma verdadeira muralha de pedras e havia um pico rochoso em forma de pirâmide chamado "Cabo Horn". Ao pé da parede de rocha, detritos, pedras e terra se desprendiam e escorregavam para o vale. Nas encostas, cavidades e tumbas escavadas, cujos entulhos aglomeravam-se no solo sagrado revirado.
Nenhum indício de onde começar a cavar, mas já experiente, Carter tinha um plano...  Só em 1914, tiveram início as escavações, mas, por causa da Primeira Guerra Mundial, o trabalho de escavação foi interrompido e só retomado em 1917. As escavações continuaram sem êxito até 1922, quando, no dia 4 de novembro, foi encontrado um degrau esculpido em rocha viva ao pé da tumba de Ramsés VI. O momento mais esperado veio no dia 17 de fevereiro de 1923, quando se abriu a porta da câmara mortuária e surgiu um imenso sacrário dourado que tinha uma porta com dois batentes na outra extremidade. No total, havia quatro esquifes, um dentro do outro, todos cobertos com ouro em folha e o último contendo um esquife de quartzo. Dentro dele estavam três sarcófagos antropomórficos, representando Tutankamon, um dentro do outro, mostrando o bonito rosto do faraó; o mais interior era de ouro puro. Neste último estava o corpo.

Bibliografia: Deuses Túmulos e Sábios, C.W. Ceram


quarta-feira, 2 de maio de 2012


                 No Amor Começa-se Sempre a Zero
Fazer um registo de propriedade é chato e difícil mas fazer uma declaração de amor ainda é pior. Ninguém sabe como. Não há minuta. Não há sequer um despachante ao qual o premente assunto se possa entregar. As declarações de amor têm de ser feitas pelo próprio. A experiência não serve de nada — por muitas declarações que já se tenham feito, cada uma é completamente diferente das anteriores. No amor, aliás, a experiência só demonstra uma coisa: que não tem nada que estar a demonstrar coisíssima nenhuma. É verdade — começa-se sempre do zero. Cada vez que uma pessoa se apaixona, regressa à suprema inocência, inépcia e barbárie da puberdade. Sobem-nos as bainhas das calças nas pernas e quando damos por nós estamos de calções. A experiência não serve de nada na luta contra o fogo do amor. Imaginem-se duas pessoas apanhadas no meio de um incêndio, sem poderem fugir, e veja-se o sentido que faria uma delas virar-se para a outra e dizer: «Ouve lá, tu que tens experiência de queimaduras do primeiro grau...» 

Pode ter-se sessenta anos. Mas no dia em que o peito sacode com as aurículas a brincar aos carrinhos-de-choque com os ventrículos, Deus Nosso Senhor carrega no grande botão «CLEAR» que mandou pôr na consola consoladora dos nossos corações. Esquece-se tudo. Que garfo usar com o peixe. Que flores comprar. Que palavras dizer. Que gravata com que raio de casaco hei-de usar? Sabe-se nada. Nicles. 
Olha-se para as mãos e parece uma cena de transformação dum filme de lobisomens — de onde outrora havia aqueles dedos tão ágeis e pianistas, brotam dez abortos de polegares. E o vinho entorna-se só de pensar nisso. E as solas dos sapatos passam a atrair magneticamente todos os excrementos caninos da cidade. E a voz que era toda FM Estéreo da Comercial quando vai para dizer «Gosto muito de ti» fica repentinamente Abelha Maia. 
Tenha-se 17 ou 71 anos, regressa-se automaticamente aos 13 — à terrível idade do Clearasil e das sensações como que de absorção. Quem se apaixona dá mesmo saltos no ar e diz «Uau!» quando o Pai deixa usar a pasta de dentes dele. Qual «ternura dos quarenta», qual bota da tropa cheia de minhocas! O amor é sempre uma anormalidade que provoca graves atrasos mentais. 

Miguel Esteves Cardoso, in 'Os Meus Problemas'


Teresa Lopes Vieira é uma jovem escritora que nos veio presentear hoje, 2 de maio, na Biblioteca Escolar, com a apresentação do seu mais recente romance - Gato Persa Social Club. Com uma escrita fresca e atual, Teresa Lopes Vieira leva-nos, nesta segunda obra, a cenários de grande mudança, numa alucinante aventura entre Amesterdão e o Cairo.

A vida de Francisco, um jovem emigrante português desesperado por dinheiro, é violentamente abalada quando este se envolve num casamento por conveniência, no submundo da imigração ilegal em Amesterdão.

Mariam, uma egípcia pouco convencional que abandona o mundo islâmico em nome do sonho europeu, desaparece misteriosamente, deixando o caos instalado com a sua partida. É então que Francisco e a namorada, Eva, se lançam numa procura frenética entre Amesterdão e Cairo, em busca da única pessoa que lhes poderá devolver a vida que tinham.

Esta é a história de três personagens que vagueiam entre a demanda espiritual e a necessidade material, a busca de identidade cultural e a perda das origens, numa existência sem fronteiras em que tudo vale para atingir os próprios objetivos.

«Deambulando pelo Cairo, é fácil perdermo-nos pelas ruelas empoeiradas, ao mesmo tempo que esquecemos quem somos. Penetra-se num turbilhão de informação, de coordenadas e regras aleatórias, que regem uma sociedade mergulhada no caos. Pó, essa camada cinzenta e castanha vinda de nenhures, cobria os carros, as ruas, os passeios e espalhava-se magicamente no ar como se fizesse parte dele mesmo.»



Teresa Lopes Vieira nasceu em Lisboa em 1984. É formada em Direito, mas cedo descobriu na escrita e nas viagens as suas verdadeiras paixões. Para tal, já exerceu as atividades mais diversas, desde servir à mesa em Lyon a rececionista num hotel em Amesterdão. Foi precisamente essa experiência em Amesterdão e o contacto com as comunidades imigrantes na Holanda que inspiraram este romance, escrito depois de uma longa viagem pelo Egito.
Publicou em 2010 Os Diários da Mulher Peter Pan, romance passado na América do Sul (Equador, Colômbia e Venezuela).

Disponibilizamos o blogue da autora:   http://teresalopesvieira.blogspot.com/


Da mesma autora na Bertrand:

Os Diários da Mulher Peter Pan

Sobre Os Diários da Mulher Peter Pan…


«Uma viagem alucinante ao mundo da imaginação e da América do Sul, conduzida por Diana, uma mulher em plena crise da meia-idade.» Destak
«Esta é a primeira obra da jovem autora, que propõe uma viagem alucinante pela América do Sul, descobrindo a beleza, mas também a violência de um continente exótico.» Mundo Universitário
«Auspiciosa a estreia literária de Teresa Lopes Vieira.» Cosmopolitan